quarta-feira, 28 de maio de 2008

Europeus da minha vida


Suécia '92: Não sei muito sobre ele. Sei que a Dinamarca o ganhou contra todas as expectativas e que na final mandou um valente pontapé na poderosa Alemanha. Faltavam cerca de dois meses para eu sair para a vida... digamos que não era muito fácil acompanhar os jogos!

Inglaterra '96: Tinha quatro anos. Não me lembro de nada, mas já vi e revi o magistral chapéu do Poborsky na meia-final da competição. Afastou-nos da final, mais uma vez fomos "quase, quase" lá. Felizmente o Karel sentiu remorsos e passado pouco tempo assinou pelo Benfica. Para bem de grande parte dos portugueses.

Bélgica e Holanda 2000
: Oito aninhos de idade e mania que já sou senhor. Já falo de futebol como gente grande (pensava eu, lá está...) e vejo Portugal chegar, de novo, às meias-finais do torneio, caindo perante a França num jogo inesquecível.
Foi um grande Euro para nós. Depois de termos falhado o Mundial 98, reaparecemos em grande na Bélgica e na Holanda. Primeiro jogo contra a Inglaterra e aos 18' já estava-mos a levar dois secos. Mas o Figo com uma bomba, o João Pinto num cabeceamento prodigioso e o Nuno Gomes (este sim, o verdadeiro), frio na finalização, completou a reviravolta. Estava dado o mote para sermos os melhores. Vitória sofrida contra a Roménia no ultimo minuto, três sem resposta na campeã Alemanha que foi mais cedo para casa, vitória clarissima sobre a Turquia nos quartos (mais dois de Nuno Gomes, onde andas tu agora?) e a polémica queda ante a França. Por alguma razão, a partir desse dia, passei a odiar Zidane...

Portugal 2004: Ui, tanto para contar. Euro realizado no nosso país e a nação unida em volta da bandeira. Scolari agarrou os portugueses à selecção.
Primeiro jogo. É melhor esquecer, expectativas defraudadas. Paulo Ferreira erra o passe, Karagounis aproveita, corre dez metros e manda uma bomba lá para dentro. 1-0 a abrir a primeira parte, 2-0 a abrir a segunda. Cristiano Ronaldo reduziu nos descontos. Contra a Rússia... cumprimos. Aquela selecção russa pouco ou nada tem a ver com a de 2008.
Terceiro jogo. Alvalade. Portugal precisava de ganhar para passar.. e a Espanha também. O Nuno engatou e deu a vitória à nossa selecção. Vá lá.
Ainda o coração estava de ressaca do duelo Ibérico e aparece-nos a Inglaterra nos quartos-de-final. Sempre os ingleses.
Entrámos mais uma vez a perder e assim foi até ao minuto 81, quando o meu Simãozinho faz um centro primoroso para o Postiga. Vamos a prolongamento. Rui Costa, magistral, marcou um golo de bandeira que nos colocou a um passo das meias. Poucos minutos a seguir, canto de Beckham... e golo de Lampard. Afinal vamos aos penalties. Confesso que é esta a minha altura preferida para sair de casa e passear no meio do nada. Na rua vêm-se mais duas ou três pessoas, iguais a mim, que não aguentam ficar mais em frente da TV. Vi a defesa sem luvas do Ricardo no dia a seguir, no telejornal. Essas duas horas e meia devem-me ter consumido uma década de vida.
Esprememos a laranja antes de chegar à final. Depois, é melhor nem lembrar. Nova tragédia grega e os foguetes tiveram que ficar, de novo, para depois.

Áustria e Suíça 2008: Temos o melhor jogador do Mundo. E temos uma equipa do catano. Estou com fé que dia 29 do próximo mês estaremos em Viena a festejar. Estou mesmo com muita fé.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O enigma Raul


Raul ficou, como todos previam, fora do Euro2008.
Depois de uma época brilhante que terminou com mais um titulo do Real Madrid, seu clube de sempre, Luis Aragonés, seleccionador espanhol, decidiu levar o estreante... Santi Cazorla ao Europeu.
Depois da recusa do jovem astro do Barça, Bojan Krkic, em ir à Áustria e Suíça devido, segundo o próprio, "a ser uma competição onde os níveis de pressão estão demasiado altos para um jovem de 17 anos", abriu-se uma réstia de esperança para o capitão do Real marcar presença no maior evento futebolístico do ano. Mas, Aragonés manteve-se fiel à sua teimosia e insistiu em deixar Raul González fora da sua convocatória.
É com imensa pena que eu, e os demais amantes do futebol, vemos Espanha deixar de fora uma das maiores estrelas do desporto-rei para esta competição. Nas melhores competições querem-se os melhores jogadores.
Veremos se a teimosia do seleccionador espanhol não dá mau resultado e se a coisa não corre para o torto para os nuestros hermanos. É que se olharmos bem para o Grupo D, facilmente concluímos que Rússia, Suécia e Grécia (ui, a Grécia) não são propriamente prezas fáceis.

PS: Falando de Portugal, hoje foi divulgada a lista dos números com que os jogadores que vão defender as nossas cores vão jogar no Europeu. Acho no mínimo vergonhoso, depois de andarem a ser comercializadas camisolas novas de Portugal com #17 e Cristiano Ronaldo estampado nas costas, que ele seja o #7 da selecção. A culpa não é de Scolari nem dele, é mesmo da Nike que deu um passo maior que a perna. Felizmente ainda não tinha comprado nenhuma. Felizmente.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Euro de Maniche


Aconteça o que acontecer na fase final do Europeu de 2008, o nome de Maniche estará sempre ligado à campanha da selecção nacional na Áustria e na Suiça.
Ao divulgar os 23 convocados para o Euro, Nuno Ribeiro, no futebol conhecido como Maniche, estaria certo que Scolari anunciaria o seu nome entre os eleitos, mas tal não se verificou. O seleccionador nacional preferiu reforçar a linha defensiva e sacrificou um dos médios que mais minutos somou na fase de qualificação.
Maniche, nas múltiplas entrevistas que tem concedido aos media portugueses, referiu que lhe tinha sido prometido um lugar entre os eleitos de Scolari, e que o seleccionador foi influenciado por pessoas de dentro da Federação que têm algo contra a personalidade do médio.
Depois de ter sido estrela em Portugal no Euro 2004 e no Mundial da Alemanha em 2006, Maniche revoltou-se por não poder repetir de novo a faceta de herói em 2008.
Pessoalmente, acho que Maniche devia estar dentro da lista de convocados para o Euro. Mas tenho a certeza que Scolari pode ser tudo menos influenciável pelos seus pares. E se preferiu levar João Moutinho ou Miguel Veloso, por alguma razão foi... e em Junho tiramos as teimas.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os 23 de Slaven Bilic - Croácia v.2008


Slaven Bilic anunciou esta segunda-feira, os 23 jogadores que vai levar a disputar o Euro2008, onde vai defrontar a Alemanha, a anfitriã Áustria e a estreante Polónia. Com uma equipa jovem e mágica, a Croácia é uma das equipas que pode surpreender este Verão. Com uma defesa forte onde domina o jovem Corluka, jogador que provou todo o seu talento esta época no Manchester City, é no meio que está a virtude e onde se concentram as maiores doses de talento desta selecção croata. Com Niko Kranjcar e Ivan Rakitic já a actuar em grandes campeonatos, o Tottenham não hesitou em pagar a quantia astronómica de 27 milhões de euros para levar Luka Modric para Inglaterra, enchendo assim os cofres do Dinamo de Zagreb. Jerko Leko, jogador do Mónaco, e Srna (apesar deste também actuar como defesa-esquerdo) prometem também causar estragos na Áustria e na Suíça, países que em Junho podem revelar mais dois talentosos jogadores ainda desconhecidos de grande parte da Europa do futebol: Danijel Pranjic e Ognjen Vukojevic. Muita atenção a estes dois nomes durante toda a competição.
Na linha avançada Petric quererá provar que a boa época de estreia realizada no Borussia Dortmund não foi obra do acaso, depois de ter abandonado o futebol helvético onde actuava no Basileia. Ivica Olic, goleador do Hamburgo falado para o Portsmouth por diversas vezes, Igor Budan, Ivan Klasnic e Nikola Kalinic completam o lote de avançados escolhidos pelo seleccionador croata.
É uma equipa das equipas que mais merece ter os olhos centrados nela, e com o avançar da competição quem sabe se não está aqui um candidato à final. Mas, pelo menos o melhor dos cartões de visita já ninguém lhe tira: a poderosa Inglaterra ficou de fora do Europeu devido a duas derrotas com estes meninos. Será esta tão boa ou melhor que a de 1996? Em Junho veremos.


Lista completa de convocados da Croácia:


Guarda-redes:
Stipe Pletikosa (Spartak Moscovo/RUS), Vedran Runje (Lens/FRA) e Mario Galinovic (Panathinaikos/GRE);

Defesas: Vedran Corluka (Manchester City/ENG), Dario Simic (AC Milan/ITA), Robert Kovac (Borussia Dortmund/ALE), Josip Simunic (Hertha Berlim/ALE), Dario Knezevic (Livorno/ITA) e Hrvoje Vejic (Tomsk/RUS);

Médios:Danijel Pranjic (Heerenveen/HOL), Nikola Pokrivac (Mónaco/FRA), Niko Kovac (Salzburgo/AUT), Luka Modric (Dínamo Zagreb/CRO), Jerko Leko (Mónaco/FRA), Ognjen Vukojevic (Dínamo Zagreb/CRO), Darijo Srna (Shakhtar Donetsk/UCR), Niko Kranjcar (Portsmouth/ING) e Ivan Rakitic (Schalke 04/ALE);

Avançados: Mladen Petric (Borussia Dortmund/ALE), Ivica Olic (Hamburgo/ALE), Igor Budan (Parma/ITA), Ivan Klasnic (Werder Bremen/ALE) e Nikola Kalinic (Hajduk Split/CRO)

Suplentes:
Manuel Panic (Salzburgo/AUT) e Anas Sharbini (Rijeka/CRO)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Jardel ou como destruir uma carreira em 30 dias


Foi em 1995 que Scolari pediu um Jardel que andava perdido nas reservas do Vasco da Gama à direcção do Grémio, fazendo ver ao presidente que estava ali um goleador em potência.
Foi em 1996 que Pinto da Costa o foi buscar a Porto Alegre na ânsia de ter uma referência na área portista.
Já apelidado de Super Mário, no inicio do novo século saíu para a Turquia onde defendeu as cores do Galatasaray, ficando lá duas temporadas para depois voltar a Portugal onde fez dupla de sonho com o outrora menino de ouro da Luz, João Vieira Pinto. Ousou igualar a marca de Eusébio na primeira época ao serviço da equipa de Alvalade, mas em 2002/03 perdeu-se para o futebol. Problemas com a mulher, com a bebida e dinheiro perdido no vicio do jogo fizeram com que Mário deixa-se de ser Super. Jardel já não era matador, nem sequer voava sobre os centrais. A partir daí, representou mais nove clubes na ânsia de voltar a encontrar o caminho dos golos, mas as balizas nunca mais quiseram nada com ele. Mário Jardel de Almeida Ribeiro perdeu uma carreira devido aos amigos de ocasião. Não mais se encontrou.
De Filipão a Boloni, todos construíram equipas para o servir, e o certo é que resultava sempre. O goleador brasileiro arranjava sempre espaço entre o buraco da agulha para a meter lá dentro - fosse de cabeça, de pé esquerdo, pé direito, chapéu, bicicleta, de letra ou de trivela, a bola entrava sempre. Na Liga portuguesa contabilizou 183 golos em 174 jogos, conseguindo uma média de 1,05 golos/jogo.
Recentemente, admitiu que se drogava com cocaína e que apenas deixou o vicio à dois meses. Diz-se pronto para fazer mais duas épocas "a brincar". Por certo, já perdeu o comboio para o Benfica, sonho que teve desde sempre. Mas nunca é tarde para limpar um nome, que não há muito tempo atrás, foi grande. Mário quer voltar a mostrar que ainda pode ser Super, e esse será o seu ultimo grande desafio de uma carreira atribulada.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O inicio

Sempre olhei para aquele campo rectangular de forma diferente. De forma apaixonada, onde o objectivo não era correr atrás de uma bola, mas sim disputar a honra de ser o melhor. Sempre me habituei a ver o futebol para além do esférico, para além das quatro linhas. Aqueles vinte e dois jogadores disputam emoções dentro de campo, milhões de pessoas vivem-nas foram delas. É por isso que decidi criar um blogue e falar sobre esses sentimentos.
Afinal, quem nunca sentiu um aperto no peito devido a um jogo de futebol?